destaque inferno de refugiados

Incluímos recentemente, em nosso site sobre cinema, um artigo sobre o filme A Fronteira, o que nos fez pensar sobre o verdadeiro inferno vivido por refugiados, enfrentado por um número incalculável de pessoas.

Poucos dias depois, assistimos a uma reportagem, em emissora do Senado Federal, sobre o drama das meninas, no Nordeste do Brasil, que são levadas a se prostituírem ainda na infância, por volta dos 8, 9 ou 12 anos de idade.

O verdadeiro inferno vivido por refugiados

O verdadeiro inferno vivido por refugiados em busca do sonho americano

No filme A Fronteira é mostrado o verdadeiro inferno vivido por homens e mulheres que tentam atravessar a fronteira entre México e Estados Unidos, na esperança de tornarem real o sonho americano.

Embora tenhamos citado duas realidades e dois locais completamente diferentes, são – na verdade – tristes cenários que se entrecruzam mutuamente.

Ao tentarem ultrapassar as barreiras para chegar aos EUA, muitas meninas são abusadas sexualmente.

Filme A Fronteira

Numa das cenas do filme A Fronteira (clique na imagem acima para mais detalhes), os personagens que interpretam a realidade vivida por um casal em companhia de sua filha relatam que ela recebeu uma injeção de efeito anticoncepcional.

Assim sendo, acredita o casal, se a filha for abusada, pelo menos não haverá o risco de que venha a engravidar.

Esse é o lado mais cruel: a possibilidade de ocorrer violência sexual passa até mesmo a ser admitida diante do desespero por tentar uma nova perspectiva de vida.

As meninas prostituídas em Estados do Nordeste brasileiro também podem acabar engravidando, talvez até com maior probabilidade do que as que atravessam a fronteira, porque são crianças que não têm sequer o que comer.

Portanto, não terão nem mesmo recursos para evitarem uma gravidez

Entre o trabalho escravo e a prostituição

Entre o trabalho escravo e a prostituição

Essas crianças ficam entre o trabalho escravo, o risco diário de não terem o que comer e a prostituição.

Muitas delas, quando se tornam adultas – mostra ainda o documentário – acabam caindo na armadilha de quadrilhas que as levam para o exterior, mediante falsas promessas.

Essas quadrilhas prometem supostos lucros de milhares de dólares por mês para jovens que não veem melhor perspectiva de vida no Brasil.

Chegando a esses países, elas são aprisionadas por essas quadrilhas, que lhes apresentam contas de valor altíssimo que teriam que pagar caso quisessem largar a prostituição, onde acabam sendo abusadas e maltratadas.

O verdadeiro inferno vivido por refugiados e por jovens prostituídas

Jovens são iludidas e se tornam prisioneiras de criminosos

Não dá para desistir – mostram os bandidos – porque elas teriam que quitar despesas exorbitantes com as passagens, com todos os supostos grandes gastos a título de hospedagem (na verdade, verdadeiras prisões) e de alimentação, além de todas as despesas que são feitas, segundo os meliantes, com roupas e demais recursos para que elas se mantenham atraentes para os clientes do mercado da prostituição.

O filme e a realidade dessas meninas forçadas a permanecerem exploradas por essa quadrilha novamente se entrecruzam.

Isto porque, em ambos os casos, essas pessoas são refugiadas, que fogem da miséria.

No caso das fronteiras pelo mundo afora, fogem também das guerras e de perseguições políticas em seus países de origem.

O verdadeiro inferno vivido por refugiados de países em conflito

O verdadeiro inferno vivido por refugiados de países em conflito

No sentido mais literal do termo, refugiados são os que temem as perseguições por questões relacionadas a raça, religião e política.

Incluem-se aí as violações aos mais elementares direitos humanos dessas pessoas. Mas também os conflitos armados, que ameaçam a sobrevivência de famílias inteiras.

Percebe-se, facilmente, que são realidades similares, pois também as meninas do Nordeste brasileiro não têm assegurados os seus mais fundamentais direitos humanos, que acabam se resumindo a letra morta, mesmo diante de tratados assinados pelos países associados a organismos internacionais.

Transformam-se, de fato, em letra morta, porque esses direitos são amplamente violados em praticamente a totalidade dos países signatários desses direitos, inclusive o Brasil.

O lado mais revoltante nessa questão da prostituição infantil é a impunidade dos envolvidos, o que acarreta o permanente agravamento da situação.

Já chegou a ser realizada uma CPI, em que autoridades foram apontadas como cúmplices ou participantes de tais esquemas.

E políticos que sequer estiveram na CPI compareceram, em massa, no dia de votação dos pareceres, para votarem contra a punição dos envolvidos.

Filme Transatlântico

Também em nosso site sobre cinema, falamos sobre o filme Transatlântico (clique na imagem acima para mais detalhes), comprovando que o verdadeiro inferno vivido pelos refugiados ultrapassa fronteiras há décadas.

São famílias inteiras que morrem afogadas no mar ou pela ação de quadrilhas nessas fronteiras.

No caso do México, um país literalmente dominado pelo narcotráfico, os chamados coiotes são os que tentam viabilizar essa travessia para os Estados Unidos, mediante o recebimento de elevadas quantias em dólar.

Muitos deles acabam aderindo a quadrilhas que comercializam drogas e que praticam violência contra essas famílias, agravando a tragédia representada pelo verdadeiro inferno vivido por refugiados.

Fronteira do México com EUA

Na fronteira entre México e EUA está o verdadeiro inferno vivido por refugiados

Esse é o quadro dramático vivido pelo mundo, sempre à beira de mais uma guerra mundial.

Alguns países oferecem programas para acolhimento de refugiados, enquanto outros os rejeitam.

Independentemente da posição política assumida pelos países em relação a essa imensa leva de pessoas sem casa, sem comida e sem ter sequer um pedaço de chão onde dormir, surge a pergunta inevitável: até onde irá a capacidade desses países de acolherem tantas pessoas?

E qual a solução para esses dramas humanos (drogas, exploração de menores na prostituição e levas de refugiados em busca de acolhimento)?

Deixe a sua opinião, participando de nossos debates sobre temas de grande dimensão como esses.

Conforme costumamos indagar, quando será que o termo “Humanidade” passará a merecer ser grafado sem aspas?

Qual a sua opinião sobre tudo isso?



Esclarecimento: Pelo fato de a prostituição relatada ser de menores de idade, as imagens usadas no artigo são meramente ilustrativas.

Sobre o Autor

Gerson Menezes
Gerson Menezes

Gerson Menezes é escritor, jornalista aposentado com mais de 40 anos de atividade (especialmente nas áreas de Política, de Economia e de assessoria de Imprensa), empresário, ex-professor universitário, empreendedor digital e youtuber. (Mais informações no Menu do Rodapé)

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