Para muitas pessoas, este pode ser encarado como um assunto de menor importância. No entanto, é tema importantíssimo. Porque as falhas na proteção dos animais têm repercussão no mundo inteiro. E consequências decisivas sobre a vida dos chamados seres humanos.
Não é porque nosso site dispõe de um item sobre pets na categoria Importados do nosso menu principal que estamos abordando este tema.
No decorrer do texto, será possível confirmar as amplas repercussões em que esse assunto se desdobra. Não apenas em relação à vida e ao bem-estar dos animais, como na vida das pessoas. Inclusive (ou principalmente) das crianças.
Inicialmente, vamos abordar as falhas na proteção dos animais tendo em vista os cães. Em seguida, vamos ver como essas falhas repercutem na vida das pessoas.
Falhas para proteger animais podem ser evitadas
Em uma antiga matéria da Agência Brasil, mas que vale até hoje, lê-se a informação de que, na Suécia, a pessoa tem que fazer um curso de guarda responsável e ser aprovada para poder ter um animal.
Enquanto no Brasil, só recentemente, as leis de proteção aos animais passaram a receber atenção, a Agência Brasil informa que, ainda no século 19, a Inglaterra foi pioneira ao criar uma legislação com esse objetivo.
Por isso mesmo, aquele país é considerado um modelo nessa questão.
É importante enfatizar que, em países onde não se dá importância à vida dos animais, costuma haver negligência em relação à vida de um modo geral.
Não é de hoje que o noticiário dá conta do abuso, para citar um só exemplo, que se verifica no Brasil em relação ao excesso de agrotóxicos na lavoura.
Esse abuso inclui até mesmo a comercialização de verdadeiros venenos, com séria repercussão negativa na saúde das pessoas, de agrotóxicos que já foram proibidos em outros países.
Pode parecer uma comparação descabida, mas – novamente insistimos – não é.
A vida tem que ser encarada em seu aspecto mais abrangente, incluídos aí plantas, animais e a vida e sobrevivência do próprio planeta.
Tudo isso é menosprezado pela parcela da sociedade que pensa apenas no lado financeiro e na obtenção de lucro da forma mais fácil.
Exatamente por essa razão, temas ligados à ecologia são encarados como de menor importância, em que pesem os desastres meteorológicos que se fazem cada vez mais evidentes, com reflexos – também – na vida da população.
Hábitos e clima precisam ser levados em conta
Citado o exemplo da Suécia, vamos nos ater, de início, às falhas na proteção dos animais no que se refere à simples escolha das raças.
Entre essas estão raças como Husky Siberiano e São Bernardo, oriundas de países extremamente frios. E que, absurdamente, são adotadas em lares de estados brasileiros de clima quente, para aflição desses animais.
Para se ter uma ideia, basta colocar uma bacia cheia de água e com muito gelo. Vai ser simples verificar que esses animais mergulharão e se deliciarão com essas baixas temperaturas, algo que está fora do hábito, e mesmo do alcance, dos chamados seres humanos, de um modo geral.
Não seria exagero, portanto, comparar a agonia, ou a incapacidade de esses animais se adaptarem a um clima quente, como o do local onde estão sendo criados, com a agonia ou a incapacidade de seus criadores em mergulhar na água temperada com muito gelo.
A nosso ver, a criação, no Brasil, de raças como Husky Siberiano, deveria ser simplesmente proibida por lei.
Não se justificaria nem mesmo citar como exceção o fato de haver, em nosso país, estados onde se registram temperaturas mais baixas, visto que elas se alternam – frequentemente – com o clima mais quente.
Além disso, ainda assim seria um despropósito comparar a temperatura em Estados como Santa Catarina e Rio Grande do Sul com o frio da Sibéria, muito mais intenso e permanente, durante o ano inteiro.
Falhas na proteção da vida de crianças e adultos
Citada a questão das raças, vamos agora nos ater a um aspecto ainda de maior seriedade, no que se refere às falhas que ameaçam a vida de crianças e adultos.
É fato conhecido que o comportamento de um animal se compõe de uma parcela referente ao instinto da própria raça, e aquela que pode ser reforçada, ou atenuada, pela maneira como são criados ou treinados os cães.
Um cão feroz pode ser tornado ainda mais feroz se for treinado para se comportar dessa maneira.
E isso exige, se é esse o objetivo de seus criadores, um cuidado extremo para que esses animas restrinjam sua circulação ao território onde não se coloque em risco a vida das pessoas.
Tanto no Brasil, como em inúmeros outros países, acontecem tragédias diante do ataque de cães ferozes a crianças e adultos, por terem os animais escapado desses territórios onde teriam que se manter trancafiados.
Em alguns desses países (embora isso não devolva a vida ceifada de forma tão trágica) as leis podem até funcionar.
No Brasil, onde, costuma-se dizer, “há leis que pegam e outras não”, a impunidade termina por provocar um comportamento de completa negligência, ou irresponsabilidade, por parte desses criadores, diante da obrigação de manterem esses cães afastados de pedestres.
Tão ou mais sério do que isso, já ocorreram ataques ferozes dentro do próprio território onde são mantidos esses cães ferozes, igualmente por negligência de seus criadores.
Como dissemos há poucas linhas, a severa aplicação de penalidades a esses criadores negligentes não trará as vidas de volta, tampouco amenizará a dor sofrida pelas vítimas.
Mas é inadmissível que casos dessa natureza continuem impunes, resultando em ainda menor cautela e atenção por parte desses criadores negligentes.
Acrescente-se a isso o fato de que, por inúmeras vezes, os próprios cães são sacrificados, em consequência do próprio treinamento a que foram submetidos.
Culpa-se e pune-se o cão, portanto, por um evento em que os verdadeiros responsáveis são seus donos.
É urgente que se estabeleça (e que se cumpra) lei no Brasil que, a exemplo do que ocorre na Suécia, obrigue pretensos criadores a fazerem um curso. E que esses criadores se mostrem (e comprovem), ao final, estarem capacitados para terem e criarem seus cães.
Sobre o Autor
0 Comentários