destaque democradita

Fica fácil saber como sentir falta de democracia: basta estudar e, assim, adquirir consciência política. Ou viver numa ditadura, enfrentando todos os dissabores, injustiças e abusos cometidos por qualquer regime ditatorial.

Como sentir falta de democracia

Vamos repetir a expressão qualquer porque, de fato, independentemente de ideologias, qualquer ditadura é maléfica. E é nelas que se percebe como sentir falta de democracia.

O fato é que apenas os extremistas defendem as ditaduras.

A única diferença é que os extremistas de direita defendem as ditaduras de direita.

E os extremistas de esquerda defendem as ditaduras de esquerda.

Quando há ideologia sem extremismo o diálogo é possível.

Quando os extremismos fazem parte da ideologia, o diálogo se torna impossível.

Sem imprensa dá para definir como sentir falta de democracia só escondido

Esta é a razão pela qual extrema direita e extrema esquerda apoiam ditaduras. Que se caracterizam, exatamente, pela falta de diálogo.

Da mesma forma e pelo mesmo motivo, extrema direita e extrema esquerda, que apoiam ditaduras, não conseguem dialogar.

É incontestável que as democracias também podem ter defeitos. Mas, exatamente por serem abertas ao diálogo, essas imperfeições podem ser combatidas e corrigidas, o que é inviável nas ditaduras.

Afinal, como dizia, com certa dose de ironia, o primeiro-ministro do Reino Unido,  Winston Churchill, “a democracia é o pior dos regimes. Mas não existe um melhor”.

Bom, pode ser que essa frase tenha sido dita em outros termos, pelo então todo poderoso primeiro-ministro britânico, que se manteve no cargo de 1940 a 1945 e, depois, de 1951 a 1955.

Mas a frase é verdadeira: não há nenhuma forma de poder melhor do que a democracia. Ou, melhor dizendo: ainda não foi inventado. Será que vai ser inventado um dia? O que você acha?

Como definir as formas não democráticas de governar

Como definir as formas não democráticas de governar

Vamos começar pelo caso óbvio, por definição: as ditaduras.

O regime ditatorial consiste em um sistema de governo em que o poder é exercido por uma pessoa ou grupo que não foi eleito democraticamente.

Pode-se dizer que, certamente, não haverá, nessas ditaduras, nenhum respeito aos direitos e às liberdades individuais.

As decisões políticas são tomadas de forma autoritária. E os direitos civis e políticos dos cidadãos são quase sempre, ou sempre, restringidos.

A Coreia do Norte e a Síria são exemplos de ditaduras.

A teocracia, por sua vez, é um sistema em que o poder político está nas mãos de líderes religiosos ou de uma instituição religiosa.

As leis e políticas do Estado são baseadas em princípios religiosos. E a autoridade religiosa desempenha um papel central no governo.

O Irã e o Vaticano são exemplos de países com sistemas teocráticos.

Existe também a Anarquia, que consiste em uma ausência de governo centralizado.  Ou seja: em que não há um poder governante formalmente estabelecido.

Nesse sistema, as decisões políticas e a organização social são baseadas em acordos voluntários e na ausência de autoridade coercitiva.

É importante ressaltar que a anarquia, na prática, é rara. E que a maioria das sociedades modernas possui algum tipo de governo estabelecido.

Como sentir falta de democracia ao redor do mundo

Países onde fica fácil saber como sentir falta de democracia

Antes de prosseguirmos, vale destacar que a situação política em diferentes países pode mudar ao longo do tempo. E que as classificações podem variar de acordo com diferentes perspectivas e interpretações.

Mesmo assim, é possível citar os casos de países que são, frequentemente, descritos como ditadura, teocracia e anarquia.

Na Coreia do Norte dá para saber como sentir falta de democracia

Por todas as informações de que se dispõe nos países definidos como democráticos, pode-se dizer que a Coreia do Norte é uma ditadura, com um sistema político dominado pelo Partido dos Trabalhadores da Coreia e pelo líder supremo Kim Jong-un.

O governo exerce um controle rígido e total sobre a vida dos cidadãos, com violações dos direitos humanos e limitações severas às liberdades individuais.

Siria

A Síria é outro caso evidente de regime ditatorial. Já há algum tempo, o país se vê numa situação complexa, com um regime autoritário liderado por Bashar al-Assad.

O governo sírio tem sido acusado de repressão violenta contra opositores políticos, com violações generalizadas dos direitos humanos e restrições às liberdades civis.

Irã

Já o Irã é frequentemente descrito como uma teocracia, em que o poder político é exercido pelos líderes religiosos islâmicos. O sistema político iraniano é liderado pelo líder supremo, o Aiatolá Ali Khamenei, que tem autoridade suprema sobre os assuntos do Estado.

As leis e políticas do Irã são baseadas na interpretação da lei islâmica (sharia). E a autoridade religiosa desempenha um papel central no governo.

Arábia Saudita

A Arábia Saudita, por sua vez, pode ser  definida como monarquia absoluta, com forte influência da religião islâmica.

O país é governado por uma monarquia da família Saud. E a interpretação rigorosa da lei islâmica (wahabismo) influencia as políticas e leis do país.

No caso específico da chamada anarquia, podemos considerar que, na prática, é bem rara. Isto porque, por razões óbvias, a maioria das sociedades modernas prefere manter algum tipo de governo estabelecido.

Entre as razões está o fato de que a instabilidade e a ausência de um governo centralizado podem levar a consequências negativas, como conflitos, falta de ordem e dificuldades na tomada de decisões coletivas.

Por isso mesmo, a maioria das sociedades busca estabelecer sistemas de governo que garantam a segurança, a estabilidade e a governança efetiva.

Esses sistemas podem variar, incluindo democracias, monarquias constitucionais, repúblicas, entre outros, cada um com suas próprias características e mecanismos de exercício de poder.

A escolha e a evolução desses sistemas dependem de diversos fatores, como a história, a cultura, as necessidades e os valores de cada sociedade.

Somália

De qualquer modo, pode-se dizer que existem exemplos históricos de áreas ou períodos de anarquia, como no caso da Somália, no período de 1991 a 2006.

Após a queda do regime de Siad Barre, em 1991, a Somália enfrentou um período de colapso do governo central, resultando em um vácuo de poder.

Durante esse tempo, houve uma falta de autoridade centralizada e a ausência de um governo funcional em todo o país.

Também durante a Guerra Civil Espanhola, houve períodos em que o governo central na Espanha estava enfraquecido e o poder foi descentralizado para diferentes grupos e facções.

Isso levou a uma situação de anarquia em certas áreas do país, com múltiplos grupos lutando pelo controle, a par da ausência de uma autoridade governamental centralizada.

Espanha

Não se pode esquecer que a Espanha viveu um período ditatorial (como no caso de Portugal e Brasil, neste último mais de um período, considerando-se a ditadura imposta por Getúlio Vargas, além do regime ditatorial a partir de 1964).

Como nossa intenção é apresentar um histórico o mais completo possível, em que pese a extensão do artigo, convém complementar lembrando que o período ditatorial na Espanha refere-se ao regime liderado pelo general Francisco Franco.

O ditador manteve-se no poder de 1939 até sua morte, em 1975.

Franco chegou ao poder exatamente após a Guerra Civil Espanhola, um conflito brutal que ocorreu de 1936 a 1939, entre as forças republicanas e os nacionalistas liderados por Franco.

Uma vez no poder, Franco estabeleceu um regime autoritário que se caracterizava pela repressão política, censura, perseguição ideológica e centralização do poder nas mãos do ditador.

O regime de Franco era baseado em princípios nacionalistas, conservadores e católicos, e Franco se autodenominava Caudillo (líder), ou, em Português, Caudilho.

Durante o período ditatorial, o regime de Franco reprimiu ferozmente qualquer forma de oposição política ou dissidência.

Partidos políticos e sindicatos foram proibidos, e a liberdade de expressão foi severamente limitada.

A censura da imprensa era amplamente aplicada, e muitos livros, filmes e obras de arte foram proibidos ou controlados pelo governo.

Franco também implementou uma política de perseguição e repressão contra aqueles considerados seus inimigos.

Incluem-se aí comunistas, anarquistas, republicanos e qualquer pessoa suspeita de simpatizar com essas ideologias.

Milhares de pessoas foram presas, torturadas e executadas durante esse período.

Além disso, as minorias étnicas, como os catalães, bascos e galegos, sofreram discriminação cultural e linguística.

Do ponto de vista econômico, o regime de Franco adotou políticas autárquicas, com um forte intervencionismo estatal e uma economia fechada.

A Espanha acabou sofrendo um atraso econômico significativo durante esse período, com altas taxas de desemprego e falta de modernização em várias áreas.

Após a Segunda Guerra Mundial, a Espanha ficou isolada internacionalmente, devido ao apoio de Franco aos regimes fascistas durante o conflito.

Somente na década de 1950, com a chamada Guerra Fria em andamento, o país começou a receber alguma ajuda e reconhecimento internacional, especialmente dos Estados Unidos, que viam a Espanha como um aliado estratégico contra o comunismo.

O período ditatorial de Franco terminou, como já informado, com sua morte, em 1975.

A Espanha, a partir daí, iniciou uma transição para a democracia, liderada pelo rei Juan Carlos I.

Isso levou à promulgação da Constituição de 1978 e à realização de eleições democráticas, marcando o fim oficial do regime ditatorial e o início de um novo período na história espanhola.

Vaticano

Como definir o Vaticano

O Vaticano é um Estado independente que possui sua própria estrutura de governo e exercício de poder.

O poder no Vaticano é baseado em um sistema teocrático, no qual a autoridade máxima é exercida pelo Papa, que é considerado o chefe de Estado e o líder da Igreja Católica.

O Papa é eleito pelos cardeais da Igreja Católica e é considerado o sucessor de São Pedro, o primeiro Papa.

O Papa tem autoridade suprema e é responsável por tomar decisões sobre questões doutrinárias, morais e administrativas da Igreja Católica.

A Cúria Romana é o órgão administrativo do Vaticano. É composta por vários departamentos e congregações que auxiliam o Papa na governança e na administração da Igreja Católica.

Cada departamento é liderado por um cardeal ou um prelado. E é responsável por áreas específicas, como doutrina, liturgia, educação e justiça.

O Governador do Estado da Cidade do Vaticano é nomeado pelo Papa e é responsável pela administração do Estado.

Ele supervisiona os assuntos políticos, financeiros e de segurança do Vaticano.

Pode-se dizer, sem dúvida, que o Vaticano é, na realidade, um Estado com características únicas.

Isto porque combina o papel religioso do Papa como líder espiritual da Igreja Católica, com o papel político de chefe de Estado do Estado da Cidade do Vaticano.

A autoridade do Papa, portanto, se estende tanto aos assuntos religiosos, quanto aos assuntos governamentais, dentro dos limites do Estado do Vaticano.

Sobre o Autor

Gerson Menezes
Gerson Menezes

Gerson Menezes é escritor, jornalista aposentado com mais de 40 anos de atividade (especialmente nas áreas de Política, de Economia e de assessoria de Imprensa), empresário, ex-professor universitário, empreendedor digital e youtuber. (Mais informações no Menu do Rodapé)

    0 Comentários

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    Solicitar exportação de dados

    Use este formulário para solicitar uma cópia de seus dados neste site.

    Solicitar a remoção de dados

    Use este formulário para solicitar a remoção de seus dados neste site.

    Solicitar retificação de dados

    Use este formulário para solicitar a retificação de seus dados neste site. Aqui você pode corrigir ou atualizar seus dados, por exemplo.

    Solicitar cancelamento de inscrição

    Use este formulário para solicitar a cancelamento da inscrição do seu e-mail em nossas listas de e-mail.