Notícias da crise bancária explodiram nas últimas semanas, deixando em polvorosa quem tem muito dinheiro depositado e passou a se indagar se os bancos vão falir no mundo todo.
Todos os nossos leitores e visitantes sabem como está começando este nosso artigo. Mas não sabem como vai acabar.
Trata-se de mais um episódio das crises do capitalismo, que não se constituem em nenhuma novidade para quem acompanha o mercado financeiro.
Resumindo o que ocorre na atualidade (e, quando você ler este artigo, a realidade já pode ser outra): dois bancos quebraram, de início. O primeiro foi nada menos do que o maior banco dos EUA, o Silicon Valley Bank.
O segundo foi o Signature Bank, especializado em criptomoedas, a moeda digital que, de vez em quando, apresenta oscilações. Sempre imprevisíveis, obviamente.
O Silicon Valley Bank é usado, principalmente, por empresas de tecnologia e startups. E deu início à onda de preocupações de pessoas que começaram a se indagar se os bancos vão falir no mundo todo.
O Brasil, com sua economia fragilizada, que registrou alta de inflação nos últimos meses, e em meio a discussões sobre as altas taxas de juros, entra em polvorosa. E se divide entre dúvidas e especulações.
Há apenas um fato concreto em tudo isso: embora a eterna guerra ideológica que divide o mundo dê mais destaque, sempre, às alardeadas crises dos regimes socialistas, o mundo capitalista sempre esteve contaminado por crises.
Quem nunca ouviu falar da grande crise de 1929, com o crash na bolsa de valores de Wall Street em outubro daquele ano, é porque não acompanha o assunto ou nem sabe o que significa negociar com os bancos.
Segundo o noticiário da grande crise de 1929, pessoas se endividaram a tal ponto que alguns americanos tiveram que vender suas casas e morar dentro de automóveis. E consta que algumas pessoas chegaram a se suicidar.
Para comprovar o que acontece no mundo capitalista, vamos apresentar, a seguir, um breve histórico de crises que repercutiram no mundo inteiro.
Nos empenhamos em fazer um resumo das causas, características principais e consequências dessas crises para o mundo.
Acompanhe o histórico de crises no capitalismo e conclua se os bancos vão falir no mundo todo
A superprodução, a especulação financeira e a falta de regulamentação adequada do mercado de ações nos EUA levaram ao crash na bolsa de valores de Wall Street, em outubro de 1929.
Isso desencadeou uma crise econômica global, que levou a um aumento do desemprego e da pobreza em todo o mundo.
E também a uma queda acentuada da produção industrial e do comércio internacional.
Para se ter uma dimensão desses fatos, vale lembrar que a crise de 1929 está relacionada, ao mesmo tempo, com as consequências da Primeira Guerra Mundial e com os fatores que viriam a gerar a 2ª Guerra Mundial.
Esse ambiente de crise fez surgir o nazi-fascismo, com Hitler, na Alemanha, e o fascismo de Benito Mussolini, na Itália.
As profundas condições de miséria serviram de instrumento de manipulação das massas, ávidas por uma esperança de dias melhores que colocassem um fim ao sofrimento de imensa parte da população.
As causas da Grande Depressão incluem a especulação no mercado de ações, o aumento do endividamento e a falta de regulação financeira.
As políticas econômicas adotadas pelos governos também contribuíram para prolongar a crise.
Isto porque, obviamente, a maneira como agem os governos sempre pode se refletir nessas crises, tanto no que se refere a causas como a consequências.
Os Estados Unidos adotaram uma política de isolacionismo econômico. E o chamado New Deal foi implementado para tentar estimular a economia.
A crise financeira global de 2008-2009 teve início nos Estados Unidos e se espalhou por todo o mundo. Foi desencadeada pela crise do mercado imobiliário dos EUA, que levou a um aumento significativo nos empréstimos imobiliários de alto risco, conhecidos como subprime, que foram amplamente negociados por instituições financeiras em todo o mundo.
Essa crise financeira global teve efeitos significativos na economia do mundo, incluindo uma queda acentuada na produção, no emprego e na renda dos países. Muitas instituições financeiras faliram ou tiveram que ser resgatadas pelos governos. E muitos desses governos adotaram políticas econômicas para estimular a economia, como a flexibilização quantitativa e a redução das taxas de juros.
A crise financeira asiática de 1997 teve origem em países do sudeste asiático, como Tailândia, Indonésia e Coreia do Sul. E se espalhou para outras partes do mundo.
Entre as causas, estão o aumento excessivo dos empréstimos bancários e investimentos especulativos em ativos imobiliários e de infraestrutura.
A crise asiática teve impacto significativo na economia global, uma vez que a região é uma importante fonte de exportações e de investimentos estrangeiros diretos.
De 2001 a 2005 ocorreu a crise bancária na Alemanha.
Uma série de bancos alemães, incluindo o Commerzbank e o Deutsche Bank, enfrentaram dificuldades financeiras significativas. A crise foi causada por uma combinação de fatores, incluindo investimentos ruins em empresas de tecnologia e a exposição a empréstimos de alto risco nos EUA.
Foi mais uma crise que teve impacto na economia global, uma vez que o país é uma importante potência econômica e o Deutsche Bank é um dos maiores bancos do mundo.
A crise financeira islandesa de 2008 foi causada por uma série de fatores, incluindo a exposição excessiva dos bancos islandeses a empréstimos estrangeiros e a falta de regulação financeira. Essa crise levou à falência de três dos principais bancos islandeses e a um colapso significativo da economia do país.
Embora tenha tido um impacto limitado na economia global, a crise financeira islandesa serve como um exemplo de como a falta de regulação financeira pode levar a uma crise bancária significativa em um país pequeno.
O mundo do petróleo também em crise e suas consequências
Em 1973 eclodiu a crise do petróleo, que representou um choque econômico global. Ocorreu em consequência do embargo de petróleo imposto pelos países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) em retaliação ao apoio ocidental a Israel durante a Guerra do Yom Kipur.
O embargo reduziu significativamente a oferta de petróleo e causou um aumento acentuado nos preços do dessa commodity, com efeitos significativos na economia global.
Causou inflação, desemprego e desaceleração econômica, atingindo mais severamente os países ocidentais que eram altamente dependentes de petróleo importado.
Um fato que pode ser considerado positivo é que isso levou a um aumento da busca por fontes de energia alternativas e renováveis.
Todos esses fatos servem de alerta quanto à importância de regulamentar o setor financeiro e de gerenciar os riscos financeiros adequadamente.
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