O famoso comercial da Volks abriu um imenso leque de discussões. O tema passa a ser o comercial da Elis e a liberdade, incluída aí – obviamente – a tão polêmica liberdade de expressão.
Essa liberdade está servindo para tudo: para mentir, para agredir, para difamar, para distorcer. E é nesse ambiente conturbado que exatamente os que cometem crimes se apoiam, para chamar de censura a discussão sobre o uso deturpado dessa liberdade.
O comercial da Elis e a sua liberdade em jogo?
Sinceramente falando, agora – mais do que nunca – torna-se literalmente impossível prever para onde caminha a humanidade.
Tivemos também o recente episódio envolvendo agressões ao ministro Alexandre de Moraes e sua família, em um aeroporto.
Os que são acusados de agredir apresentaram uma versão contrária ao que diz o ministro. E, depois que imagens foram reveladas, passam a alegar que “não se lembram” do que realmente houve.
O que o futuro nos reserva: direito de mentir?
O “não me lembro”, todo mundo já está exausto de saber, é sempre usado pelos que não podem desmentir fatos dos quais são acusados.
São atacados, misteriosamente, por uma súbita – e inexplicável – crise de amnésia, misturada com excesso de cinismo.
O comercial com a Elis e sua filha (a também cantora Maria Rita), produzido com recursos da chamada Inteligência Artificial, chegou a ser envolvido por ares de nostalgia – acreditamos – pela própria família, que autorizou a produção da peça publicitária.
A questão é que ela agrediria não só a própria Elis Regina (que, obviamente, não poderia se manifestar sobre se aceitaria ou não participar da propaganda), como de outro artista igualmente falecido, o compositor Belchior.
A Inteligência Artificial pode distorcer?
A canção Como os Nossos Pais tem sentido rigorosamente oposto ao que é apresentado no comercial.
É uma música de protesto contra as supostas novas gerações que, na verdade, são velhas ou velhacas, por não reagirem aos horrores do fascismo e das ditaduras.
É, portanto, uma música que nunca deixou de ser atual, diante da enorme parcela de supostos jovens que, ainda hoje, defendem a volta da ditadura e aderem ao fascismo de figuras repulsivas, como Mussolini e o próprio Hitler.
Todos sabemos, também, que, literalmente, tudo pode ser usado tanto para o bem como para o mal.
O comercial da Elis e a liberdade que deve prevalecer para debatê-lo preservam a própria imagem de Elis Regina, que era, obviamente, contra a ditadura e o fascismo.
A propósito, o filme Elis, que analisamos no site de nossa rede especialmente dedicado a quem gosta de cinema (clique na imagem acima), deixa explícito todo o incômodo que Elis sentiu na pele, e sofreu profundamente, ao ser forçada, pelos militares da ditadura, a apresentar um show exatamente para os algozes que ela havia criticado numa entrevista no exterior.
A primeira reação dos que assistiram ao comercial com Elis Regina foi, realmente, de nostalgia, pela figura que ela representa.
Passado esse primeiro impacto, as pessoas começaram a se dar conta do que essa peça publicitária realmente representa e dos males que ela pode vir a acarretar.
Os robôs e o futuro da humanidade em questão
A primeira dedução é igualmente óbvia: até que ponto o comercial da Elis e a liberdade de expressão devem representar uma oportunidade para reacender (se é que está apagado) o debate de temas tão sérios como o mau uso que a tal da humanidade consegue cometer, ao se utilizar de recursos que devem ser usados exclusivamente de forma ética e pelo bem da própria humanidade, que os utiliza tão mal?
É um tema atualíssimo que, a exemplo da música de Belchior, jamais deixará de ser atual, diante da realidade que vivemos hoje.
O comercial da Elis e a liberdade: Você pode participar desse debate
E você, caro leitor e cara leitora, o que acha disso tudo?
Participe do nosso debate, de importância fundamental para colocar em discussão temas tão sérios, como os destinos dessa tal de humanidade.
Afinal de contas, grande parcela da tal da humanidade, a julgar pelo noticiário, nada tem de humana.
O que você acha disso tudo?
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